Só o meu sono me reconforta
Escondido da luz nesse túmulo.
Nenhuma lágrima trilha o caminho
Cadavérico de meu extinto rosto.
Não sinto mais as cócegas benfazejas
Dos vermes que corroíam minha carne.
Agora meus ossos apenas se desmancham
Deixando minha dor cada dia mais distante.
Lentamente estou deixando de existir
Tão logo a morte se apossou de meu corpo.
Nessa escuridão que me envolve eu sinto
Todo meu íntimo se misturando ao vazio.
O que era antes, vivo, custo a recordar,
Sobre o resto de mim repousa uma pedra
Que esconde o cheiro acre da decomposição
Que dera os olhos viventes pudessem me ver...
O riso banido dos meus sentimentos
“Vive” lúcido em meu crânio descarnado
Meus belos dentes se exibem ao tempo,
Lembrando que meu tempo jaz no passado.
--
Wagner Fonseca – momento melancólico, 08/11/07, 21h20
publicado no lagartixatomica.blogspot.com em 16/11/07
domingo, 17 de janeiro de 2010
Lágrima
Num momento de dor,
sofrer é essencial
Cada lágrima não derramada,
em chaga é transformada
Num momento de alegria,
a lágrima faz a sua celebração
Procurando cada gesto em função do riso
enclausurado...
Rir-se somente,
Chorar, apenas,
Ser e nada mais...
21/09/07
publicado no lagartixatomica.blogspot.com em 08/10/07
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Nada se apaga completamente
(recuperando textos antigos...publicado no lagartixatomica.blogspot.com em 10/03/08 - texto escrito em 18/01/08)
É isso caros amigos, caras amigas. Podemos até pensar que esquecemos, ou nem pensar, uma vez que “esquecemos”. Mas, porque um dia sem querer a lembrança retorna? A dor, a desilusão, a angústia, a decepção, a paixão febril, a alegria. Nada se apaga completamente, felizmente.
É isso caros amigos, caras amigas. Podemos até pensar que esquecemos, ou nem pensar, uma vez que “esquecemos”. Mas, porque um dia sem querer a lembrança retorna? A dor, a desilusão, a angústia, a decepção, a paixão febril, a alegria. Nada se apaga completamente, felizmente.
Como apagar a dor da perda de um ente querido sem apagar a sua memória, nossas lembranças? Uns amaldiçoarão seu deus, outros o procurarão como último refúgio. Contudo, cedo ou tarde acabamos entendendo o porquê “tudo passa”. Gostaríamos que fosse assim, mas não é.
Enfim, cada ato e pensamento nosso é apenas um resultado e nossa vida é como uma linha, uma secessão de pontos unidos uns aos outros. É por isso que “tudo passa”, para garantir essa união entre cada ponto de nossa vida. Porém, também é por isso que nada se apaga completamente: porque, se cada um de nós é uma linha, somos muitas vezes como paralelas, tendemos ao infinito. Quem disse que somos reles mortais? Um espaço de tempo de um ano entre uma vida e outra é o suficiente para criar lembranças que durarão “para sempre”, como costumamos dizer. Assim sendo, temos como confirmar essa tese, ao lembrar de nossos parentes, amigos, professores, colegas de trabalho, nossos erros e castigos, nossos amores.
E é no interior de nosso intelecto, local que chamamos de “coração”, que guardamos nossa essência: o que somos e pensamos e o pensam e falam de nós. Não existe esquecer “para sempre”, apenas um hiato de recordações! Precisamos dessas experiencias para sermos o que somos! Assim como precisamos imaginar como seríamos se tivéssemos feito diferente. Quem nunca se arrependeu de algo? Ou será que existe alguém que nunca fora tomado pelo medo, pela dúvida ou pensamentos qualificados como ruins?
Talvez nossas vidas fossem melhores se apenas aceitássemos que “nem tudo passa” e que esquecer é tão natural quanto recordar.
Quanto mais vivemos, mais espaços vazios crescem dentro de nós, para nossa felicidade e incompreensão. Esses espaços vazios servem para nos lembrar que pode ser uma experiência incrível, mesmo que todas as tragédias venham a nos importunar.
O que somos ninguém pode nos tirar.
O que somos ninguém pode nos tirar.
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2009
Somente hoje eu resolvi parar um pouco para pensar sobre o ano que findou há duas semanas...Não foi um ano muito bom, com alguns problemas, se foi. Fica o aprendizado, e, agora sim, espero que 2010 possa ser muito melhor.
2009 terminou do jeito que começou, 2010 começou meio atrapalhado. Porém, apesar das más notícias veiculadas diariamente nos telejoranais, anteontem, sexta-feira eu obtive um boa notícia.
Parece que 2010 começa a dar ares de mudanças, para melhor!
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Zilda Arns
Zilda Arns Neumann - Forquilhinha, 25 de agosto de 1934 - Porto Príncipe, 12 de janeiro de 2010
Nessa semana vimos a catástrofe que ocorreu no Haiti, o mais pobre páis da América. Se já não bastasse a pobreza reinante no país, a natureza ainda lhe reservou tamanha violência.
Perdemos também nossa conterrânea, nascida aqui em minha cidade, Dra. Zilda, exemplo para o mundo. Que seu trabalho possa continuar sempre em frente!
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
fim
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na rua vazia
na rua vazia encontro minha solidão
companheira audaz
de horas e horas
de insensato desconforto
em minha mente as horas quentes ro verão
maltratando
queimando
tanto quanto o inverno
as palavras que saem
que em fogem
me morrem com minha inspiração..
11/01/10
companheira audaz
de horas e horas
de insensato desconforto
em minha mente as horas quentes ro verão
maltratando
queimando
tanto quanto o inverno
as palavras que saem
que em fogem
me morrem com minha inspiração..
11/01/10
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somente o vazio
somente o vazio completa minha solidão
eu passo por momentos tão distintos
que vão do nada ao tesão
não entendo como posso
passar da alegria a dor
sofreguidão
do segundo ao segundo
sentido qeu somente o vazio
compreende minha incompreensão...
11/01/10
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leve sombra
leve sombra
leve rufar dos tambores
d'algum sinistro fim
de palavras que se combinam
para dar sentido
às coisas que sentimos
que descobrimos
que combinações nos provocam
e jazem seguramente
na ponta de uma língua
estorvada pelos pensamentos
que não conseguem se entender
11/01/10
leve rufar dos tambores
d'algum sinistro fim
de palavras que se combinam
para dar sentido
às coisas que sentimos
que descobrimos
que combinações nos provocam
e jazem seguramente
na ponta de uma língua
estorvada pelos pensamentos
que não conseguem se entender
11/01/10
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meu lugar está quieto
meu lugar está quieto
apenas a melodia do vento
sussurrando seu desdém
sobre o lamaçal exposto
das lágrimas moribundas
do passado morto
AHHHHH!!!!!!!
meu grito ecoa em meio ao nada
meu grito ecoa
ecoa um leve sibilar
de uma voz sem som
11/01/10
apenas a melodia do vento
sussurrando seu desdém
sobre o lamaçal exposto
das lágrimas moribundas
do passado morto
AHHHHH!!!!!!!
meu grito ecoa em meio ao nada
meu grito ecoa
ecoa um leve sibilar
de uma voz sem som
11/01/10
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meu caminho está vazio
meu caminho está vazio
e não consigo enxergar nada a mais
apenas uma penunmbra espessa e úmida
solidificada com lágrimas póstumas do passado
meu caminho está vazio
meus sonhos completam a paisagem
com as pedras pisadas por meus pés
tenho medo de enlouquecer
rindo dos meus próprios e moribundos desejos
que em apontam seus dedos sujos de morte
e fétidos de podridão
eu mereço seu esquecimento
11/01/10
e não consigo enxergar nada a mais
apenas uma penunmbra espessa e úmida
solidificada com lágrimas póstumas do passado
meu caminho está vazio
meus sonhos completam a paisagem
com as pedras pisadas por meus pés
tenho medo de enlouquecer
rindo dos meus próprios e moribundos desejos
que em apontam seus dedos sujos de morte
e fétidos de podridão
eu mereço seu esquecimento
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duende deformado
duende deformado
praguejado pela sociedade
mil explosões estomacais
que enfurnam a mente
do cidadão
hoje deformado
deteriorado pela sociedade
mil pensamentos de maldade
que travam a mente
do cidadão
duende deformado
satirizado pela sociedade
mil repúdios de verdade
explodem a mente
do cidadão
11/01/10
praguejado pela sociedade
mil explosões estomacais
que enfurnam a mente
do cidadão
hoje deformado
deteriorado pela sociedade
mil pensamentos de maldade
que travam a mente
do cidadão
duende deformado
satirizado pela sociedade
mil repúdios de verdade
explodem a mente
do cidadão
11/01/10
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sob o vão da porta
sob o vão da porta
entreaberta
mora o espiríto da insatisfação
ele nada faz
eu vejo a porta
entreaberta
e naõ posso tê-la
em minha mãos
quero queimá-la
quero exumá-la
e no fim
não quero mais nada
sob o vão da porta
entreaberta
vivo eu
e minha indecisão...
11/01/10
entreaberta
mora o espiríto da insatisfação
ele nada faz
eu vejo a porta
entreaberta
e naõ posso tê-la
em minha mãos
quero queimá-la
quero exumá-la
e no fim
não quero mais nada
sob o vão da porta
entreaberta
vivo eu
e minha indecisão...
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cores
cores
reflexos de luzes do passado
cores
que se misturam em desalento
cores qeu se representam
que se encantam
que se vão
cores
cores vivas
cores opacas
cores ingratas
incolores sensações
devaneio....
11/01/10
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estou só
estou só
perdido em mim
estou só
procurando por mim
estou só
niguém sabe de mim
estou só
sóbrio de mim
estou só
entediado de mim
estou só
morrendo em mim
estou só
vivendo em mim
estou só
desistindo de mim
estou só
e perto do fim...
11/01/10
perdido em mim
estou só
procurando por mim
estou só
niguém sabe de mim
estou só
sóbrio de mim
estou só
entediado de mim
estou só
morrendo em mim
estou só
vivendo em mim
estou só
desistindo de mim
estou só
e perto do fim...
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nada, apenas contemplação
nada, apenas contemplação
um estorvo no olhar
seria o sonho humano
um barco a navegar
trilhando o desassossêgo
de calmas águas
no limite do horizonte
não há limite algum
apenas uma tênue linha
demarcando o início do fim
o fim do início
o ensejo de mais nada
apenas contemplação profunda
e o falecimento de uma lágrima...
11/01/10
um estorvo no olhar
seria o sonho humano
um barco a navegar
trilhando o desassossêgo
de calmas águas
no limite do horizonte
não há limite algum
apenas uma tênue linha
demarcando o início do fim
o fim do início
o ensejo de mais nada
apenas contemplação profunda
e o falecimento de uma lágrima...
11/01/10
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apenas um grito
apenas um grito sussurrando entre a multidão
seres inúteis
pensamentos inúteis
ansia desvairada
pesadelos e uma maldita insônia
eu grito entre os pobres mortais
assim como eu
não sabem nada sobre si mesmo
e ainda encontram forças
para um sorriso moribundo
prefiro o grito incauto
a dor do nada
do que o nada encefálico...
11/01/10
seres inúteis
pensamentos inúteis
ansia desvairada
pesadelos e uma maldita insônia
eu grito entre os pobres mortais
assim como eu
não sabem nada sobre si mesmo
e ainda encontram forças
para um sorriso moribundo
prefiro o grito incauto
a dor do nada
do que o nada encefálico...
11/01/10
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Desejos da lua
ela reflete o amálgama de vazio e tesão
qeu atravessa todo meu corpo
sua luz na água turva apenas emoldura a grande imensidão
a profusão
replete de anseios perdidos
desfaleço sem dor alguma no seu perdão
um corpo que se vai...
11/01/10
qeu atravessa todo meu corpo
sua luz na água turva apenas emoldura a grande imensidão
a profusão
replete de anseios perdidos
desfaleço sem dor alguma no seu perdão
um corpo que se vai...
11/01/10
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