Foto macro: estou aprendendo sempre, agora na fotografia.
É da natureza humana
sermos humanos. De todo o mais, há uma dimensão biológica nossa pelo fato de precisamente sermos seres vivos. O que nos
distingue do meio circundante trata-se de nossa dimensão cultural. Aí é da
cultura humana sermos tão diversos.
Gosto de pensar que a
cultura não é aquilo que nos separa da Natureza mas sim algo que nos completa
em meio e com ela. Somos o que somos por nos fazermos assim. Quem sabe aquilo
que chamamos de Cultura não seja apenas
a continuidade da Natureza em nós. Alguns podem dizer que se trata do Espírito
extrapolando as dimensões da existência puramente física e limitada da matéria para
em nós criar e desenvolver essa ampla vastidão que é a cultura humana. Uma vastidão
limitada apenas pela própria capacidade criativa e imaginativa do pensar e agir
sobre nossa existência em nossa própria existência. Uma vastidão tão ampla
quanto o próprio Universo é.
O Universo, esse todo
sobre o qual nos debruçamos desde a aurora de nossos questionamentos primeiros.
Ao olhar o céu noturno os pontinhos brilhantes pedem nossa atenção, porém, o
que mais me intriga é o imenso espaço vazio entre cada pontinho. De tudo que
existe, por maior que uma estrela seja, por maior que uma galáxia nos seja
apresentada, a imensidão vazia é infinitamente maior. Da imensidão do universo
olhamos para o minúsculo átomo e descobrimos o quão infinitamente numerosos
eles são. Admira mais ainda saber que a maior parte de um átomo é também um
imenso vazio. Logo, temos um imenso universo em que sua esmagadora existência é
composta por um vazio crescente cada vez mais amplo quanto mais esse mesmo
universo se expande e tende a existir no tempo e espaço.
Dizer que somos um
grão de areia no espaço é grande demais. Somos no máximo a lembrança
fossilizada da sombra de um grão de areia... Ainda assim somos tudo que essa
imensa existência pode ter. Capazes de feitos grandiosos e tragédias dantescas
concomitantes. Do alto do nosso egoísmo ainda buscamos parecer e ser maiores
que o outro ou a outra ao nosso lado. Será que um dia deixaremos essa pequenez
inerente à nossa existência de lado para tentarmos, ao menos, fugir do lugar
comum e, se não pudermos ser maiores do que somos, pelo menos mais
significativos nessa vastidão do existir? Como nos dizia um sábio, “leve seu
sorriso onde for”. Ele pode até ser esquecido, contudo, se no lugar do sorriso
levares apenas teu ódio, com certeza este sempre será lembrado.
Prefiro pensar assim
do que aceitar a ideia de que é da “natureza humana” sermos de um jeito ou de
outro. Somos o que somos dentro das limitações com que nos constituímos em um
infinito universo de possibilidades. Da natureza humana não sei o que esperar. Da
cultura humana, essa sim, acredito que muito possa ser feito, muito possa ser
evitado, muito possa ser aprendido. Podemos ser pequenos perante o universo,
mas ele não seria completo sem esse minúsculo grãozinho de areia que é nosso
existir.