domingo, 17 de janeiro de 2010

Nada se apaga completamente

(recuperando textos antigos...publicado no lagartixatomica.blogspot.com em 10/03/08 - texto escrito em 18/01/08)

É isso caros amigos, caras amigas. Podemos até pensar que esquecemos, ou nem pensar, uma vez que “esquecemos”. Mas, porque um dia sem querer a lembrança retorna? A dor, a desilusão, a angústia, a decepção, a paixão febril, a alegria. Nada se apaga completamente, felizmente.

Como apagar a dor da perda de um ente querido sem apagar a sua memória, nossas lembranças? Uns amaldiçoarão seu deus, outros o procurarão como último refúgio. Contudo, cedo ou tarde acabamos entendendo o porquê “tudo passa”. Gostaríamos que fosse assim, mas não é.

Enfim, cada ato e pensamento nosso é apenas um resultado e nossa vida é como uma linha, uma secessão de pontos unidos uns aos outros. É por isso que “tudo passa”, para garantir essa união entre cada ponto de nossa vida. Porém, também é por isso que nada se apaga completamente: porque, se cada um de nós é uma linha, somos muitas vezes como paralelas, tendemos ao infinito. Quem disse que somos reles mortais? Um espaço de tempo de um ano entre uma vida e outra é o suficiente para criar lembranças que durarão “para sempre”, como costumamos dizer. Assim sendo, temos como confirmar essa tese, ao lembrar de nossos parentes, amigos, professores, colegas de trabalho, nossos erros e castigos, nossos amores.

E é no interior de nosso intelecto, local que chamamos de “coração”, que guardamos nossa essência: o que somos e pensamos e o pensam e falam de nós. Não existe esquecer “para sempre”, apenas um hiato de recordações! Precisamos dessas experiencias para sermos o que somos! Assim como precisamos imaginar como seríamos se tivéssemos feito diferente. Quem nunca se arrependeu de algo? Ou será que existe alguém que nunca fora tomado pelo medo, pela dúvida ou pensamentos qualificados como ruins?

Talvez nossas vidas fossem melhores se apenas aceitássemos que “nem tudo passa” e que esquecer é tão natural quanto recordar.

Quanto mais vivemos, mais espaços vazios crescem dentro de nós, para nossa felicidade e incompreensão. Esses espaços vazios servem para nos lembrar que pode ser uma experiência incrível, mesmo que todas as tragédias venham a nos importunar.
O que somos ninguém pode nos tirar.
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