quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Irrealidades brasilianas...

O Brasil é o paraíso tropical, o lugar onde ter fé é mais do que discurso. No Brasil você não pode queimar um índio vivo que dorme na calçada, na rua, entretanto se você disser que era um mendigo, você é absolvido e pode trabalhar no planalto central por 12 mil ao mês.

Você ainda pode usar a sua posição social para estuprar uma menina de 14 anos, depois você viaja por uma semana para o exterior enquanto o caso é abafado. Quando retorna ninguém mais lembra do ocorrido porque algum maluco serviu sua ex-namorada de almoço aos seus cães.

Porem, apesar dessas mazelas, é possível sim ser feliz nesse imenso território deitado eternamente em berço esplendido. Aliás, convêm lembrar que nesse berço dorme algum inocente fruto do estupro colonial europeu com alguma silvícola, retrato “maior” de nossa manchada historia.

A felicidade aqui é questão de ponto de vista e pode ser invertida, sendo tratada como causa e não consequência. E como é incrível a facilidade com que esse povo consegue esquecer tão rapidamente sua própria história e seus fatos nefastos tão bem propagados, propagandeados e camuflados pelos tão bem vestidos da sociedade.

E incrível ainda como qualquer pessoa muito bem vestida e muito bem intencionada tem espaço nos meios televisivos para chamar os pobres de vadios e vagabundos. E como é triste saber que esses mesmos não criticam os grandes peixes dessa política podre do nosso Brasil. Infelizmente, entre os poderosos de nosso país não há diferenças. Há apenas uma mídia mais poderosa a moldar mentes tão preocupadas com o final de uma novela ou uma copa qualquer.

Enfim, o futebol é o ópio do brasileiro, as igrejas são a maconha, a copa é o ectasy, mas as telenovelas são o crack! Se eu fosse dar um conselho sobre o que se deve fazer para aprender a viver eu diria: “Nasça e cresça no Brasil!” Depois disso não é mais problema meu. Se olhássemos com carinho para nós mesmos, talvez imploraríamos por uma invasão real com bombas e morteiros e destruição total. Ou talvez pegássemos em malas e fugiríamos para sempre dessa eterna colônia do terceiro mundo. Porque lutar para melhorar não conseguimos. Lutamos para nos encaixar num sistema burro que nos adora.

Há futuro em terras tupiniquins? A resposta é sim. Ele está escondido sob as poeiras e sujeiras de nosso passado.

Wagner Fonseca, 09 de julho de 2010

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