Às vezes se está
vazio, tão completamente vazio que o próprio respirar nos pesa, nos estressa e
até incomoda.
Às vezes se está
tão imensamente vazio que só então percebe-se o quão carregados de coisas
estamos. Quando não nos damos conta que são todas essas coisas que nos
esvaziam. Na maioria das vezes só precisamos parar e silenciar.
Diz-me um amigo
mui próximo que o silêncio também é utopia. Nesse caso, como nos recordava o
saudoso Galeano, utopia é o que nos leva a caminhar rumo ao horizonte, esse
futuro que “nunca se alcança”, mas nos hipnotiza, nos enseja a sempre seguir a
frente.
Silenciar,
muitas vezes é a única coisa de que realmente necessitamos. Estamos tão
egocentrados em nossos mundinhos cotidianos que simplesmente esquecemos essa
virtude de nada querer. Aliás, demasiadamente e a cada dia que passa avolumamos
infinitamente essa necessidade de desejar a tudo e a todos de um jeito que já
não tomamos freio em nossas vidas. De nada adianta fingirmos essa preocupação
com o meio e o próximo.
Ou buscamos o
silêncio, esse instante vívido e intrínseco ao bem viver, ou estaremos sempre
no percalço de algo para nos consumir e às nossas angústias, essas, frutos
justamente de um nunca parar.
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