quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Será que só eu sou assim?

Fritagrama Hípica Forgiarini, 2003. Nossa banda no palco. Johson, cabeludo de guitarra, eu o vocalista.


Não sou chegado nessas festas doidas de hoje em dia... Me lembro quando levei minha namorada, hoje esposa, em alguns shows de heavy metal. Alguns cabeludos doidos vestidos de pretos balançando a cabeça. Do lado de fora não se via carro com som alto, até porque que ia ao show não estava a fim de ficar ouvido CD (hoje é mp3 né...rsrsrs). O único barulho vinha de dentro, guitarras, baixos, baterias e muitos berros! He! He! He! E me recordo também não ver ninguém se comendo pelos cantos. Poxa, isso foi há pouco mais de dez anos! Será que fui eu quem envelheceu tanto assim?

E os bailes com Portal da Cor? Não, não eram bailes simplesmente. Tudo bem que às vezes eles precisavam tocar algum hit do momento e tal, mas o que importava era o bom e velho rock’n’roll. Além disso, rolava uns reggaes “massa veio” também.

Hoje minha esposa me convida para ir a algum baile e, mesmo contra minha vontade, eu acabo cedendo. O último, báh!, nunca vi tanta gente feia junto! Claro, isso é preconceito eu sei, mas o fato é que não consigo ficar quieto vendo toda aquela gente se chupando, se comendo, se lambendo feitos uns, uns, uns o quê? Animais no cio fazem isso na rua, porém, são animais. Atores pornôs fazem isso em filmes sobre o carnaval, mas é o seu trabalho. Então porque esse pessoal não se respeita hein?

Eu devo estar ficando velho, eu sei. Também fiz muita loucura na minha adolescência, sei disso também. Todavia, embora meus amigos cheirassem e fumassem feitos loucos (loucos fazem isso?), eu não precisava de drogas para ficar legal. Só cachaça mesmo, droga lícita, rsrsrs.

Eu geralmente ficava na frente do palco, vendo os caras tocar seus instrumentos, ouvindo quando erravam a letra da música em inglês que só enrolavam e por aí vai. Pular é legal, só que hoje em dia é proibido esbarrar em alguém! É briga na certa! E a libido a mil por hora!

Não vejo nada de interessante em ouvir um DJ. Prefiro ouvir música em casa assim. Gosto de vê-la sendo executada por alguém que a entende. Eu tentei ser músico, aprender um instrumento, não consegui e não consigo. Fui vocalista da minha banda de garagem. Tive que aprender a soltar a voz. Não era muito bom, mas dava pro gasto. Meus amigos investiam dinheiro e horas a fio para aprender um instrumento, para aprender a tocar. Corríamos para poder marcar um show, ensaiávamos caindo de sono. Hoje os carros passam na rua com o som na soca e é só aquele “tutz, tutz, tutz” sem sentido.

Tudo bem, eu sei que os jovens da década de 1990 como eu também eram meio sem noção. Mas ainda prefiro a eurodance daquela época do que o batidão de hoje em dia. Ainda prefiro o Chitãozinho e o Xororó daquela época do que essa coisa de sertanejo universitário!

Às vezes me encaro como um eterno saudosista, mesmo assim fico um tanto fulo quando vejo esses anúncios no facebook e Orkut dizendo que nossa infância teve isso ou aquilo. Essa saudade machuca também. Esse barulho machuca. Redes sociais machucam também. Como vou saber se o que escrevo no meu status não machuca também algum amigo ou amiga? Como saberão eles se não estão machucando alguém também? “Ah, você se preocupa demais com os outros”. Claro que sim, oras! Eu vivo em meio a quem? Gostaria de poder ser sempre uma boa pessoa e nunca errar, mas como crescer sem isso?

Esses dias tão estranhos em que ficar só nunca é o bastante. Acho que foi Renato Russo quem disse isso. Que seja. Parece que o ser humano está cada vez mais virtualizando sua vida e seus rituais e esquecendo-se de se humanizar. Para quem viu o filme “Substitutos”, com Bruce Willis, sabe do que tô falando.

É férias, preciso de você como nunca precisei, preciso reencontrar os amigos, ouvir os velhos discos de vinil e jogar uma pelada num campo qualquer de futebol...
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