quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Ser bom, fazer o bem?



Ser bom, fazer o bem? E quem consegue? Conheço poucas pessoas, poucas mesmo, que conseguem ser boas e ao mesmo tempo praticar o bem. Ou seja, são boas de coração, aprenderam a respirar sem preconceitos, aprenderam a olhar com tolerância, aprenderam a caminhar sendo humanas. Falta muito para eu chegar onde chegaram...

São pessoas tão boas que conseguem praticar o bem apenas de estarem ao nosso lado. E nós, bem, alguns de nós conseguem respirar com mais carinho, ouvir com mais coração Ser mais vida e menos destruição apenas estando ao seu lado e ouvindo. Outros de nós ainda não aprenderam, então ficam irrequietos, outros se enchem facilmente porque não concordam com nada do que são.

É difícil ser bom. É preciso a percepção do erro quando se erra, é preciso a percepção da desculpa quando se precisa pedir desculpas. É preciso percepção do perdão quando se precisa perdoar. Estas percepções são caras a todos nós. Somos mesquinhos e arrogantes, egoístas e individualistas. Somos maus. Ao mesmo tempo somos capazes de coisas tão boas que até nos admiramos de nossa capacidade de sermos bons. Então evitamos esta capacidade. Não queremos seguidores, queremos apenas ficar na nossa. Ter seguidores significa ter responsabilidade por cada palavra, cada ato, cada pensamento. 

Quando somos bons descobrimos a hipocrisia dentro de nós e, ao invés de a vermos como um desafio a vencer e nos tornarmos seres melhores, escondemos e renunciamos toda nossa capacidade para o bem. Voltamos a ser seres medianos, com alguns altos e baixos. Não queremos ser exemplos, queremos julgar nossos líderes, é mais fácil. Porque sermos bons se é mais fácil fazer como os outros fazem? Apenas concordar que as boas pessoas nos fazem bem e somos incapazes de ser como elas. Que pena, poderíamos fazer tanto...

Viver com as pessoas me fez pensar estas coisas. Hoje, sou professor e aluno, tenho excelentes professores (digo tenho porque professor é para sempre) e tento inúmeras vezes ser como eles. Preciso ser como eu, na verdade, ser melhor como sou. Talvez nunca consiga e ainda permita que a hipocrisia torne fazer parte em meus pensamentos e palavras.

De qualquer maneira, ser bom não é tarefa fácil. É preciso se desnudar de toda mesquinharia e desesperança. É mais fácil ser mau, em todos os sentidos. Porém, que sentido há em fugir do bem que somos capazes apenas por medo da responsabilidade? E não há responsabilidade em agir pelo mal sem se preocupar?

Creio que cabe aqui, para finalizar esta reflexão (acho que é mais um introspecção mesmo) uma frase de Abraham Lincoln: “Quando pratico o bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião”.

13 de agosto de 2013
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