Ser bom, fazer o bem? E quem consegue?
Conheço poucas pessoas, poucas mesmo, que conseguem ser boas e ao mesmo tempo
praticar o bem. Ou seja, são boas de coração, aprenderam a respirar sem
preconceitos, aprenderam a olhar com tolerância, aprenderam a caminhar sendo
humanas. Falta muito para eu chegar onde chegaram...
São pessoas tão boas que conseguem
praticar o bem apenas de estarem ao nosso lado. E nós, bem, alguns de nós
conseguem respirar com mais carinho, ouvir com mais coração Ser mais vida e menos
destruição apenas estando ao seu lado e ouvindo. Outros de nós ainda não
aprenderam, então ficam irrequietos, outros se enchem facilmente porque não
concordam com nada do que são.
É difícil ser bom. É preciso a percepção
do erro quando se erra, é preciso a percepção da desculpa quando se precisa
pedir desculpas. É preciso percepção do perdão quando se precisa perdoar. Estas
percepções são caras a todos nós. Somos mesquinhos e arrogantes, egoístas e
individualistas. Somos maus. Ao mesmo tempo somos capazes de coisas tão boas que
até nos admiramos de nossa capacidade de sermos bons. Então evitamos esta
capacidade. Não queremos seguidores, queremos apenas ficar na nossa. Ter
seguidores significa ter responsabilidade por cada palavra, cada ato, cada
pensamento.
Quando somos bons descobrimos a
hipocrisia dentro de nós e, ao invés de a vermos como um desafio a vencer e nos
tornarmos seres melhores, escondemos e renunciamos toda nossa capacidade para o
bem. Voltamos a ser seres medianos, com alguns altos e baixos. Não queremos ser
exemplos, queremos julgar nossos líderes, é mais fácil. Porque sermos bons se é
mais fácil fazer como os outros fazem? Apenas concordar que as boas pessoas nos
fazem bem e somos incapazes de ser como elas. Que pena, poderíamos fazer
tanto...
Viver com as pessoas me fez pensar estas
coisas. Hoje, sou professor e aluno, tenho excelentes professores (digo tenho
porque professor é para sempre) e tento inúmeras vezes ser como eles. Preciso
ser como eu, na verdade, ser melhor como sou. Talvez nunca consiga e ainda
permita que a hipocrisia torne fazer parte em meus pensamentos e palavras.
De qualquer maneira, ser bom não é
tarefa fácil. É preciso se desnudar de toda mesquinharia e desesperança. É mais
fácil ser mau, em todos os sentidos. Porém, que sentido há em fugir do bem que
somos capazes apenas por medo da responsabilidade? E não há responsabilidade em
agir pelo mal sem se preocupar?
Creio que cabe aqui, para finalizar esta
reflexão (acho que é mais um introspecção mesmo) uma frase de Abraham Lincoln: “Quando
pratico o bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha
religião”.
13 de agosto de 2013
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