Às
vezes me deparo com um comercial na tevê em que uma árvore caminha pelas
calçadas da cidade em busca de abrigo. O comercial versa sobre a proteção das
árvores, que elas estão mais protegidas na cidade do que na floresta, seu
habitat ‘natural’. Assim mesmo, entre aspas, pois o mundo foi em grande parte
floresta.
Estamos
em época de ‘caça aos votos’ e tanto hoje quanto em outras eleições vemos pouca
ou quase nenhuma preocupação com questões ambientais. Isso se deve em parte
também à percepção que temos do que seja o meio ambiente. E a culpa recairá
outra vez na educação, mas desta vez não me dirijo à educação escolar de
maneira exclusiva. Até porque educação não é sinônimo único de escola.
O
meio ambiente não é apenas um lugar bonito com cachoeiras, flores e árvores
onde pássaros cantam. O meio ambiente inicia-se, antes de tudo, dentro de nós,
nas nossas ideias, pensamentos, concepções e em nossas atitudes conosco mesmos
e com os outros. A mídia televisiva recentemente tem veiculado uma matéria
sobre cidades inteligentes, todavia caberia discutir-se também cidadãos
‘inteligentes’, ou seja, discutirmos nosso papel como seres integrados nessa
realidade que nos completa.
Eu
ando por Forquilhinha, Criciúma, Meleiro, enfim, e o que vejo muito me
preocupa, principalmente aqui em minha terra. Loteamentos surgindo aos montes e
onde antes víamos algum resquício de verde agora vemos apenas estradas
planejadas para novos moradores. Nesse ano tenho visto animais silvestres aqui
nas proximidades que há tempos não se viam. Seu habitat está sumindo. O pouco
que resta de verde estamos desmatando para dar lugar a residências onde o verde
sequer é cotado. Uma rua normal, uma calçada apertada, um muro e casa. Bem
caberia entre a rua a calçada um, duas e mais árvores. O problema é que os
lotes diminuiriam e aí não haveria lucro. O deus lucro, assim como o deus
progresso não podem ser tocados...
A
questão é: nossos futuros legisladores que postulam seus cargos diretivos no
pleito de 2016 estão preocupados e preparados para a problemática ambiental que
se desenvolve ao nosso redor? Como ficará o mal cheiro em Forquilhinha? E o rio
Mãe Luzia? E o esquecido rio Sangão? E as minas de carvão? Alguns enriqueceram
e foram embora e agora, quem pagará o pato?
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