terça-feira, 31 de agosto de 2010

9000 VISITAS!!!!!

É isso ai galera!!!
Obrigado por todos os visitantes!!! Os comentários são raros, mas mesmo assim vale a presença de cada um!!!

Rumo aos 10 mil!!!!! Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 22 de agosto de 2010

O direito ao Foda-se

por Millôr Fernandes ou Pedro Ivo Resende*

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não''! E tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade ''Não, absolutamente não!'' O substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porranenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do ''foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.". Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".

O direito ao ''foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE.

Este texto é atribuido a Millôr Fernandes por várias fontes informais mas não sabemos nem onde, nem quando foi publicado. Recebemos recentemente um email contendo a seguinte informação:

> Fala galera!
>
> Beleza? Seguinte, minha amiga me passou o site de vocês e achei a idéia maneiríssima... estou pertinho de imprimir o adesivo pra tecla F do meu teclado.
>
> Agora, só um lance: o autor do "O Direito Ao Foda-Se" não é o Millôr Fernandes. Nem ele, nem o Arnaldo Jabor, nem o Veríssimo (porque já recebi esse mesmo texto creditado a eles)... e sim um cara daqui do Rio chamado Pedro Ivo Resende, que tinha uma coluna chamada "Loser" -- > publicada no finado E-Fanzine e no Cucaracha Zine -- e esse texto fazia parte dos contos dele, que são muito divertidos, diga-se de passagem :)
>
> Se puderem mudar lá, beleza. Senão, FODA-SE também! hehe :)
>
> abraços!
> --
> Pedro Giglio

Valeu Pedro!!!

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Irrealidades brasilianas...

O Brasil é o paraíso tropical, o lugar onde ter fé é mais do que discurso. No Brasil você não pode queimar um índio vivo que dorme na calçada, na rua, entretanto se você disser que era um mendigo, você é absolvido e pode trabalhar no planalto central por 12 mil ao mês.

Você ainda pode usar a sua posição social para estuprar uma menina de 14 anos, depois você viaja por uma semana para o exterior enquanto o caso é abafado. Quando retorna ninguém mais lembra do ocorrido porque algum maluco serviu sua ex-namorada de almoço aos seus cães.

Porem, apesar dessas mazelas, é possível sim ser feliz nesse imenso território deitado eternamente em berço esplendido. Aliás, convêm lembrar que nesse berço dorme algum inocente fruto do estupro colonial europeu com alguma silvícola, retrato “maior” de nossa manchada historia.

A felicidade aqui é questão de ponto de vista e pode ser invertida, sendo tratada como causa e não consequência. E como é incrível a facilidade com que esse povo consegue esquecer tão rapidamente sua própria história e seus fatos nefastos tão bem propagados, propagandeados e camuflados pelos tão bem vestidos da sociedade.

E incrível ainda como qualquer pessoa muito bem vestida e muito bem intencionada tem espaço nos meios televisivos para chamar os pobres de vadios e vagabundos. E como é triste saber que esses mesmos não criticam os grandes peixes dessa política podre do nosso Brasil. Infelizmente, entre os poderosos de nosso país não há diferenças. Há apenas uma mídia mais poderosa a moldar mentes tão preocupadas com o final de uma novela ou uma copa qualquer.

Enfim, o futebol é o ópio do brasileiro, as igrejas são a maconha, a copa é o ectasy, mas as telenovelas são o crack! Se eu fosse dar um conselho sobre o que se deve fazer para aprender a viver eu diria: “Nasça e cresça no Brasil!” Depois disso não é mais problema meu. Se olhássemos com carinho para nós mesmos, talvez imploraríamos por uma invasão real com bombas e morteiros e destruição total. Ou talvez pegássemos em malas e fugiríamos para sempre dessa eterna colônia do terceiro mundo. Porque lutar para melhorar não conseguimos. Lutamos para nos encaixar num sistema burro que nos adora.

Há futuro em terras tupiniquins? A resposta é sim. Ele está escondido sob as poeiras e sujeiras de nosso passado.

Wagner Fonseca, 09 de julho de 2010

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domingo, 8 de agosto de 2010

Obrigação ou não?

Eu escolho meus passos a cada nota
e não é letra morta que sou escravo, calado
de cada escolha por minha vontade imposta

Eu voto num candidato, sufrágio, naufrágio
de um domingo perdido por um direito garantido
com sangue conquistado o voto, antes proibido

Hoje questionam sobre o que somos obrigados,
e bravos, reclamamos, não ficamos calados
porque escolhemos por quem seremos governados!

O que queremos, pode ser, fugir da responsabilidade
de escolher a autoridade que vai tolher nossa liberdade
e como sentiremos saudade de nossa obrigatoriedade...

Então, porque culpamos nossos suposto governantes,
se, em nenhum instante, nos damos conta de nossa força
antes, bem antes, tivéssemos um rei para por à forca!!!

Wagner Fonseca, 06/08/10 Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Votar ou não votar?

Eis um assunto delicado. Embora eu tenha postado abaixo um texto (que não é de minha autoria) sobre o assunto voto nulo versus o voto obrigatório, é preciso deixar claro aqui que não sou participante da ideia de voto facultativo. E porquê?

Em primeiro lugar por entender o voto como direito conquistado. Se é direito não é obrigação, é exercício de cidadania. Porém, alguns podem pensar que, sendo direito meu garantido, eu posso negá-lo. Existe ai um problema grave. Vejamos então.

Em segundo lugar é perceptível o crescimento do movimento pelo voto facultativo na internet. Aliás, também é crescente o movimento de extrema direita na internet, só não percebe isso quem não quer. E é justamente isso que vejo na internet. A cada fórum que visito, site ou blog a discussão pelo voto facultativo é semre feita por pessoas de posses, em grande parte dos casos. Nas comunidades do orkut já percebi isso. Bom, isso me leva a teorizar (COMO UM CONSPIRADOR...HEHEHE) sobre os porquês dessa motivação das classes mais abastadas sobre o voto facultativo.
Sob a égide de uma desculpa esfarrapada de que de nada adianta votar, afirmam solenemente os entusiastas de tal pensamento que seria melhor se o voto fosse considerado apenas uma obrigação para quem quisesse praticá-lo. Pensemos melhor esse caso: com o grau de instrução do brasileiro e sua capacidade ativa, ou melhor, a sua cidadania ativa, já é posta em cheque hoje, devido a sua "dantesca" qualidade, imaginem como melhoraria incrivelmente nossa política!!! Com a obrigatoriedade já fazemos o que fazemos nas urnas, imaginem se apenas poucos votassem. Quem seriam os cidadãos responsáveis que ditariam os rumos da política no país? É óbvio que a compra de voto seria a grande máquina por trás de cada voto, infelizmente.
Também precisamos atentar que esse modo de pensar sobre o voto facultativo encontra respaldo entre as pessoas de situação financeira inferior ao das elites. Ideologicamente o modo de pensar tende a encontrar esse respaldo. Contudo, aprecio um embate interessante nos fóruns de discussão da rede: os favoráveis ao voto facultativo são, em grande parte tendenciosos a manutenção do status quo e representantes da direita, enquanto os que manifestam-se pela manutenção do voto obrigatório e seu entendimento como direito são em geral representantes da esquerda.
Pode parecer pura especulação, mas foi preciso muitas horas de análise para poder escrever isso. Sempre observando os fóruns e as postagens de cada membro em sites como o orkut. O que realmente se quer com isso? Desmoralizar a democracia? Imbecilizar ainda mais nossa política?
E nunca é demais tentarmos entender um pouco as coisas. Segundo Paulo Bonavides, há, pelo menos, três entendimentos sobr e o voto. Na ideia da doutrina de soberania nacional o voto é entendido como função, sendo obrigatório e o mandato do eleito é representativo. Ou seja, aquele que elegemos é nosso representante e só perderá seu mandato caso execute alguma ilegalidade pesada. Continuando a ideia de Bonavides, o entendimento do voto enquanto direito nos leva a doutrina de soberania popular, o voto é facultatitvo e o mandato é imperativo. Mas, o que isso siginifica? Isso quer dizer que o eleito é o depositário da confiança do eleitor. Funciona em alguns países cujo sistema politico é conhecido como social democracia. Nós países nórdicos tem funcionado assim. O candidato eleito é fiscalizado pelo eleitor e deve prestar conta de seu serviço aos eleitores. Caso comprovado irregularidades ou incompetência, ele pode perder seu cargo. Teoricamente é algo muito bom, se funciona na prática, se comprovarmos in loco a situação.
Bom, meras palavras. Talvez, mas a fica a dica para pensarmos mais atentamente sobre as questões que nos são impostas nesse mundo virtual.
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