segunda-feira, 30 de abril de 2012

Greve, hora de negociar...até quando?...



É, sábado à noite estava lendo o blog do Moacir Pereira e me deparei com seu post sobre a nossa greve dos professores catarinenses. Novamente...
Confesso, estou sem forças para lutar e provavelmente não irei mesmo. Porém, atrapalhar jamais! Posso não lutar como ano passado, mas calado não ficarei.

Bem, quanto ao post do Moacir, resolvi colocar aqui certas partes.

"O impasse continua o mesmo: pagamento do piso salarial definido em lei federal. O governo diz que paga o piso, que é vencimento básico, o que é real. Os professores sustentam que a lei prevê o pagamento do piso na carreira. Como as duas partes não chegaram a um acordo, o que deveria ter feito o Sinte, lá em fevereiro? Entrar com ação na Justiça para fazer prevalecer seu entendimento de que o reajuste de 22% é sobre toda a carreira."

O que é real? Que o governo paga o piso? Ou que é vencimento básico? Bem, piso é vencimento básico, isso é fato. Agora, alardear isso se dizer o resto, de que adianta? Não é mais fácil dizer que o governo não cumpre a lei do piso, simples assim? Parece jogo de palavras. Quem lê pode entender errado e o povo facilmente entenderia assim: GOVERNO COLOMBO NÃO CUMPRE A LEI DO PISO!
Agora, o Sinte entrar na justiça? E quanto mais teremos que esperar?

"Fazem campanha desde julho de 2011 contra os deputados da situação e até hoje desfilam com camisetas e distribuem panfletos chamando os deputados de “inimigos da educação”. A Assembleia, que teve papel importantena greve de 2011, ficou fora na atual paralisação. Os professores só contam hoje com a oposição, que é minoritária."

E como poderia ser diferente? Tínhamos um plano de carreira antes de 13 de julho passado, uma leve garantia profissional que estimulava o nosso aperfeiçoamento constante enquanto educadores comprometidos com a educação. Nossa greve de 2011 foi destruída por Colombo e companhia e a Alesc só "esteve ao nosso lado" até o momento que lhes foi interessante. Acabaram com uma conquista histórica do magistério catarinense, nosso plano de carreira. O que poderíamos fazer? Além disso, desde quando os deputados catarinenses se preocupam com a educação? SE FOSSEM TÃO PREOCUPADOS COLOCARIAM SEUS FILHOS E NETOS EM ESCOLAS PÚBLICAS....

"Raimundo Colombo procurou consolidar no governo a imagem de um político sereno e conciliador. Em nome desse perfil e pelo bem da educação não estaria na hora de autorizar a reabertura de negociações, em gesto politico para tentar acabar com a greve?" 

Bem, podemos discutir isso, muito... mas se você quiser ler na íntegra o post do Moacir, aqui vai o link: aqui

Não quero aqui discutir a pessoa do Sr. Moacir Pereira. Para isso há muito comentários lá, inclusive o excelente da professora Andresa Cordova de Farias da Regional de Lages.

Eu como professor me sinto extenuado. Qual caminho seguir? Não sei mais.... Roubaram minha estrutura...

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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Intolerância, raiva, medo...



Amanhã é feriado, vou descansar. Já trabalhei de encanador hoje em casa. Amanha visitarei alguns familiares. O mesmo no final de semana. Faço porque gosto, porque fui criado assim. Hoje sou outra pessoa, diferente do passado. Porém, meus pais continuam os mesmos, minha família é a mesma e o amor, carinho, respeito e simplicidade que sempre tive e tenho pelas pessoas não mudou. Claro, hoje tenho pensamentos mais terroristas, é verdade, pois "paz sem voz não é paz, é medo".

Intolerância? Respondo como posso. Na maioria das vezes sou educado, tento expor o que penso (que só penso porque vivo constantemente pensando sobre o mundo e adquirindo conhecimento sobre o mundo); entretanto, às vezes se torna necessário um certo desdém para com as pessoas. "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante", como disse Raulzito, do que ter sempre a mesma opinião formada sobre seja lá o que for.

Vejo as pessoas brigando nas redes sociais por questões diversas: quem é da esquerda é mal visto pelos da direita; há os da direita que são contra imposições religiosas, alguns se dizem ateus. Dependendo de como você se expressa já te chamam de comunista; se você defende um outro ponto de vista daí são os chamados comunistas que te repreendem. Há os que postam a foto de um carro destroçado com pessoas destroçadas e uma criança inteira e falam que é milagre. Me pergunto: "COMO PODE SER MILAGRE?", seus pais no carro eram pessoas ruins? Porque o milagre não aconteceu para eles? Isso que me deixa fulo: religiosos querem impor suas verdades e a grande maioria o faz sem nem ao menos pensar. Esse é um dos motivos porque deixei de ir à igreja: eu pensava, não aceitava as coisas assim facilmente, até hoje sou assim. Do outro lado, os 'sem-religião' encontram toda forma possível para, às vezes desrespeitar os religiosos, às vezes mostrar-lhes o quanto estão errados (segundo a opinião dos não-religiosos, é claro). E eu fico aqui, às vezes sem saber ao certo onde me posicionar. E sabem por quê? Ambos os lados acabam se tornando repulsivos para mim. Tolerância acaba se tornando apenas uma palavra vazia na boca de muitas pessoas. Quando um aluno ou aluna me pede se pode por meu nome e de minha família na lista de oração de sua igreja (geralmente são os evangélicos que me pedem), fico agradecido e digo que sim. Que mal pode haver num pedido de oração? Por acaso alguém rezará para que eu queime no inferno? Acho que deus algum aceitaria isso. E meus alunos sabem o que penso sobre essas coisas porque é justamente o que sempre discutimos.

De que me adianta ter a mais linda teoria científica se no final (ou início) me resta saber: o que havia antes do bigbang? Tudo que surgiu estava contido num único ponto e de repente: BOOOMMM!!! Uma senhora explosão sem motivo aparente e tem início a existência do universo. Mas se tudo estava contido naquele único ponto, o que havia a sua volta? NADA? O que existe entre as estrelas brilhantes que formam o céu noturno? NADA?  E entre o núcleo do átomo e sua parede externa, o que existe? NADA? Mais de 90% do universo é formado de espaço vazio, o restante tem em sua formação outros 90% de vazio e nós ainda nos achamos mais do que macacos dançarinos? E se um deus criou o mundo, o fez por quê? Estava cansado de viver sozinho? Mas como poderia se cansar se era a única coisa a existir? E existia o tempo para se sentir cansado? Aliás, existiria já algum sentimento? Se existisse um deus, esse deus teria consciência de si próprio? E por que criar o universo e a vida? Porque criar seres tão frágeis como nós? Um planeta tão frágil tão próximo de uma estrela maior que o sol que pode ter explodido a 7 mil anos e quem sabe amanha destrua todo nosso planeta? Porque, aliás, criar algo? E ainda, porque criar e permitir que sejamos maus e que queimaremos no fogo do inferno eternamente? E porque permitir que os bons ascendam ao paraíso sabendo que talvez muitos dos que amam estarão ardendo eternamente? Há bondade nisso tudo? Para mim não há....

É por esses motivos que percebo que discutir determinados assuntos se torna um baita sacrifício. Porque as pessoas não querem pensar sobre, só aceitar algumas ideias prontas e “chega de discutir!” O pior ainda é quando o assunto é política. Futebol? Isso é perda total de tempo. Adoro futebol, jogar com os amigos, mas discutir? Me admira muito que no Brasil os torcedores ainda levem a sério um esporte tão corrupto, como, infelizmente, acaba sendo na maioria dos torneios, campeonatos, competições esportivas ou não desse país.

Todavia, a política é a coisa mais complicada. Os que a discutem tomam para si um ar de superioridade por demonstrarem trazer consigo um conhecimento valioso que a maioria parece detestar. Há anos fomos treinados e condicionados a detestar a política, por isso a elite se mantém no poder. Enquanto a política é tratada como palhaçada o povo continua pobre e os ricos continuam ricos, eis a verdade. Nos falta muito discernimento sobre questões sociais que extrapolem o nível do senso comum, por isso devemos continuar estudando. Mudar o mundo? Mudar o mundo? Mudar o mundo para que, ô cara pálida? Mudar o mundo para quem, hein? É muito comum ouvir das pessoas que querem um mundo melhor, alguns o fazem por pura benevolência ingênua, o que, a meu ver, pode ser mais autêntico e verdadeiro do que os que supostamente erguem uma bandeira usando as roupas da moda. Por isso a frase do Dalai Lama é tão pungente: “Seja você a mudança que quer ver no mundo”. Pronto está aí. Por isso pungente, doloroso, penetrante, mas real. Ou, como já escrevi certa vez em outro texto, porque um marxista não pode ser cristão? Ou porque um anarquista não pode beber coca-cola? Ou porque um religioso não pode ser comunista? Oras, porque são coisas extremamente opostas, como os pólos de um imã que constantemente se atraem? E não é justamente essa luta dos opostos que faz a vida acontecer?

Eu tento ser meu melhor, dar meu melhor e sei que na maioria das vezes serei julgado por incompetência ainda. Não me importo com isso. Das cores só odeio o rosa, adoro todas as outras e nem sei o motivo. Enquanto alguns adoecem pelo comportamento intolerante das pessoas frente aos seus conceitos e teorias, sejam “científicas’ ou “fantásticas”, eu ainda admiro o pôr-do-sol, admiro a capacidade criativa humana, admiro meus amigos virtuais e suas ideias, seus sorrisos e suas pendegas com a humanidade. 

Eu não quero mudar o mundo de todo mundo, ele é muito para mim. Eu preciso me preocupar é com o meu mundo e com a maneira como o mundo dos outros vai se relacionar comigo.      

É nisso que dá cinco minutos de redes sociais: muitas ideias, muita revolta e a saudade constante de um mundo mais encantado que pouco a pouco foi se dissolvendo na minha frente....

 Wagner Fonseca, 05 de abril de 2012
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