quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Desliza



Desliza!
Por esse véu de carne que recobre
Transpassam meus olhos para além dos sonhos
Quero te consumir!
Quero te consumir em cada mordida, em cada beijo em cada carícia!
Não é pelo sexo, tampouco pelo amor
Pura e magicamente o desejo me possuiu e quero me libidinar no teu ser
Vou lambuzar-me de paixão efêmera em cada passear de cada curva
Em teus seios estremecerei meu folego e abrir-te-ei em espasmos de puro tesão

Desliza
Desliza também nesse ser que sonha em ser contigo
Um suado único corpo de explosões infames e palavreado ardido!
Empanturra-me com tuas pernas amalgamando-se comigo
Num gozo perfeito de delírio profano
E me permita escrever em tua pele com os dentes que te devoram
Cada pedacinho desse pecado que tu ofereces por viver
Esparrama-me em tua cama, teu sofá, teu chão
Quebremos as paredes e os pés de todas as camas
Rolemos pelo asfalto gelado da meia-noite ou amassemos o capô do carro
Só não permita que esse fulgor acabe antes do sol nascer
Aos seus primeiros raios estaremos nus correndo livres
Por entre as ondas quebradiças do mar
E salgados pela vida
Temperados por mais fantasia
Despedir-nos-emos com uma carta na areia
E alguma foto de nossa leve transgressão
Aos normais, um pecado mortal
Para nós uma poesia de sexo, suor e vida.

Desliza,
Desliza teus olhos nessa carta que sonho em teu corpo
Descendo por teu pescoço e trilhando por teu quadril
Eu desejo
Jamais acabar com a tinta desse devaneio
Assim te marco em vida

Assim me marcas em vida  

09 de agosto de 2016
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