segunda-feira, 31 de março de 2014

Sociologia em sala de aula, por quê?



E porque não? Aliás, inúmeras seriam as perguntas que podemos fazer sobre a educação hoje, a iniciar justamente do porquê estudar. 

A sociologia está aí, o “estudo da sociedade”, lugar-comum bem ambientado na mente dos alunos. Partindo-se daí, questiona-se o que seria a sociedade, sua origem e porque estudá-la. Como se vê, a sociologia vai questionando a tudo desde o início. Isso porque todo conhecimento se constrói a partir dos questionamentos que levantamos sobre todas as coisas que nos rodeiam ou rodeiam em nossa mente.

 Enquanto professor aprendi a rever muitos conceitos dentro de minha disciplina, a Sociologia, e com isso revi vários conceitos e ideias de minha própria vida. Quando o estudo por nós é levado a sério a consequência é inevitável: nos tornamos seres diferentes. Esse é o papel da Sociologia em sala de aula: levar-nos a rever o mundo com outros olhos, perceber o que vemos diariamente como algo que pode ser diferente, a imaginação sociológica. A Sociologia, quando faz sentido, nos tira de nosso espaço habitual, preenche nossos olhares com outros ângulos e nos permite enxergar nas entrelinhas da sociedade. Mais do que simplesmente um disciplina no Ensino Médio, a Sociologia deve oferecer espaço aos alunos para que possam discutir, debater e ensaiar opiniões próprias sobre sua realidade. Para tanto, a Sociologia dispõe de seus intelectuais e suas leituras complicadas, posto que meu papel é, ao menos, simplificar o seu entendimento. Além disso, os conceitos sociológicos estão presentes em nosso cotidiano e, talvez, seja por isso que seu entendimento seja mais facilmente absorvido. Todavia, tal fato só ocorrerá se do aluno também partir a curiosidade sadia pelo conhecimento. 

Vivendo num mundo onde a tecnologia toma conta de corações e mentes, como é o caso do uso abusivo do celular, o conhecimento livresco parece ameaçado pelas facilidades da internet. Entretanto, enquanto professor de Sociologia ainda acredito que muito se pode fazer desligando-se da alienação tecnológica coerciva que uniformiza nossos jovens. Há que se lutar pela escola, em busca de uma nova educação. Família e Estado, igreja e religião, instituições que a Sociologia estuda correm hoje o risco de desaparecer. Será que nossa sociedade sucumbirá ao individualismo? Creio que não, e por isso minha tarefa como professor de Sociologia se torna ainda mais instigante, um desafio a ser superado diariamente!
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quinta-feira, 6 de março de 2014

Alívio...

Nem tudo me alegra, nem tudo me entristece
a noite me cativa, olho para a escuridão
no silêncio noturno estrelas brilham, cintilam
É o passado presente em nossas vidas

Nem tudo me enfurece, quase nada realmente
deixo os sons furiosos esvaírem-se por si só
e presto atenção nos meus sentidos
apenas me calo e ouço o silêncio em mim

O encanto se perde também na alegria
e a alegria se encanta em meio a perda
harmonia e desequilíbrio em contraste
ao balanço das ondas sobre a concha

Envolvo meus olhos no noturno da existência
espero
respiro
observo
sinto
existo
Eu poderia cantar alegremente
talvez algum assovio desavisado
mas prefiro só só estar presente

Nem tudo é sentimento, nem tudo é vida
quase nada, talvez, seja alguma palavra
ou mesmo sombra d'alguma rima
apenas o toque suave da brisa
apenas o toque suave da brisa
apenas o toque suave
apenas a brisa
brincando pela noite...

Wagner Fonseca, 06/03/14 - 21:22


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