quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Insônia

Foto: Wagenr Fonseca, eu...

Saudade é um sentimento solitário, como um flor que desabrocha em meio as ruínas. Tão bela, tão meiga, tao fragilmente fadada a sucumbir pela ação do tempo. Apodrecendo, se esquecendo, se fossilizando...

Hoje, 04:30 da manhã....maldita insônia... Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A educação precisa de respostas? E quais podemos dar?



Revolucionar a educação, tarefa dantesca. Grande por si só e pelos frutos que pode render. Mas a educação no Brasil não foi e não é levada a sério. Lugar-comum esta ideia, porém não defasada. Povo educado também é sinônimo de povo disciplinado, podendo ser manipulado, controlado, respeitoso e também emancipado.

Um povo educado pode ser um povo crítico, que não aceita as mazelas perpetradas pela corrupção política. Também não aceita os mandos e desmandos de uma política econômica que visa os patrões e esquece-se dos trabalhadores.

Povo educado, povo menos alienado? De que educação falamos realmente? Aquela proposta por Paulo Freire, uma educação libertadora, cidadã? Ou tão somente almejamos uma educação profissional, técnica, automatizada, não autônoma?

Que povo educado realmente desejamos? Um povo que saiba desligar mais a televisão e ler mais livros? E que livros esperamos que esse povo educado leia? Talvez educamos um povo apenas para a competitividade do mundo capitalista, para a exacerbação do individualismo. Porém, não conseguimos educar um povo para a individualidade e a alteridade.

Educamos para a autoria ou para a reprodução de relações sociais predatórias? Educamos para a convivência passiva, nulificada de grandes sonhos, ou educamos para uma cidadania ativa? Como a mídia consegue falar em revolucionar a educação se a mesma veicula banalidades, futilidades, machismo, sexismo, consumismo como se fossem coisas absolutamente normais? Infelizmente, a programação televisiva corrobora mais e mais negativamente com os processos educacionais. Culpar os pais pela sua permissividade? Vamos matizar mais ainda os pais que são também frutos dessa educação ineficaz e da própria publicidade exploratória de pobres mentes mal letradas? Seria mais fácil cada parte envolvida admitir sua culpa.

E cá vamos nós culparmos outra vez o sistema. O sistema educacional, político, econômico, o capitalismo, religião, cultura. Não é apenas a educação que vai mal. A escola a acompanha. E a escola não dá lucro aos governos, pensam nossos governantes. E, no entanto, gastam rios de dinheiro em políticas paternalistas e assistencialistas, pois essas refletem-se em votos. Aliás, gasta-se mais com presídios e publicidade governamental do que com escolas. A partir daí já percebemos que não dá, simplesmente, de revolucionar a educação.

Culpar os professores? Outra vez caímos num debate antigo, infinito. Na academia muitos mestres não ousam descer de seus altares de arrogância. Aos acadêmicos resta-lhes repetir tal prática infeliz com seus alunos em sala de aula. Para podermos ganhar um salário condizente com nossa posição nos submetemos à cargas horárias que extinguem nossos horários de folgas: domingos e feriados não são para descanso, são para trabalho. Só isso já justifica o mau-humor dos professores em sala. Às vezes, sessenta horas-aula, oitocentos alunos e o acumulo de desrespeito, indisciplina, descrédito e cobrança. Some aí o risco da má interpretação e o perigo dos alunos o tratarem como vendedor: o cliente tem sempre razão! E, se já não bastasse a falta de professores explicita, expulsa-se aqueles que os alunos não gostam. Eis um ponto a se pensar.

Professores são seres humanos, portanto, passíveis de erro. Profissionais desacreditados, algo incondizente com sua posição. Aos alunos, todos os direitos, inclusive aprová-los mesmo quando se sabe que nem o básico aprenderam. Por isso os índices como IDEB e outros evoluíram tanto. Quanta falácia! Aos professores deveres, deveres e mais deveres. E aumentam os atestados médicos (uma grande parte nem os merece!).

Como revolucionar a educação num país onde sucessos musicais são destituídos de profundidade? Como podemos oferecer respostas à educação em meio a tantas modas fúteis? Nem quero entrar nessas questões, me causam náuseas!

Será que podemos revolucionar a educação mostrando o estado calamitoso de nossas escolas nas redes sociais? Me pergunto como uma aluna pôde obter êxito nisso. Em 2011 nós professores denunciamos a degradação da escola pública catarinense durante dois meses, até mais e qual foi o resultado? Algum positivo? Talvez. E aí, novamente, vemos a importância dada aos alunos: se um professor ou professora fotografa sua escola e denuncia os problemas estruturais ou outros quaisquer, além de represálias pode ficar desempregado. Outro ponto chave: a tecnologia chegou até as mãos dos alunos, mas nós a proibimos. Celulares, smartphones, proibidos! No outro lado, defasados tecnologicamente estão os professores, e, ainda assim, é erro acreditar que a sala de aula informatizada pode revolucionar a educação. Só poderá se professores e alunos souberem, o que não ocorre em muitos casos. E mesmo assim, uma sala de aula pode ser muito aprazível sem possuir “nenhuma” tecnologia. Depende muito da formação, ousadia e criatividade do professor ou professora.

Revolucionar a educação é uma tarefa social. Como dizem por aí, devemos fazer um pacto pelo futuro, começando pela educação. Todavia, é preciso sempre relembrar que educação não é apenas aquela feita na escola. Família, trabalho, igreja, meios de comunicação, em todos estes lugares temos as relações sociais e é nelas que nascem muitos subsídios para se fazer a Educação.

A educação precisa de respostas? A sociedade inteira precisa...

Outubro de 2012, texto feito na emotividade do momento e não concluído...   
Professor Wagner Fonseca
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