Desliza!
Por esse véu de carne que recobre
Transpassam meus olhos para além dos sonhos
Quero te consumir!
Quero te consumir em cada mordida, em cada beijo em cada
carícia!
Não é pelo sexo, tampouco pelo amor
Pura e magicamente o desejo me possuiu e quero me libidinar
no teu ser
Vou lambuzar-me de paixão efêmera em cada passear de cada
curva
Em teus seios estremecerei meu folego e abrir-te-ei em
espasmos de puro tesão
Desliza
Desliza também nesse ser que sonha em ser contigo
Um suado único corpo de explosões infames e palavreado
ardido!
Empanturra-me com tuas pernas amalgamando-se comigo
Num gozo perfeito de delírio profano
E me permita escrever em tua pele com os dentes que te
devoram
Cada pedacinho desse pecado que tu ofereces por viver
Esparrama-me em tua cama, teu sofá, teu chão
Quebremos as paredes e os pés de todas as camas
Rolemos pelo asfalto gelado da meia-noite ou amassemos o
capô do carro
Só não permita que esse fulgor acabe antes do sol nascer
Aos seus primeiros raios estaremos nus correndo livres
Por entre as ondas quebradiças do mar
E salgados pela vida
Temperados por mais fantasia
Despedir-nos-emos com uma carta na areia
E alguma foto de nossa leve transgressão
Aos normais, um pecado mortal
Para nós uma poesia de sexo, suor e vida.
Desliza,
Desliza teus olhos nessa carta que sonho em teu corpo
Descendo por teu pescoço e trilhando por teu quadril
Eu desejo
Jamais acabar com a tinta desse devaneio
Assim te marco em vida
Assim me marcas em vida
09 de agosto de 2016

Nenhum comentário:
Postar um comentário