quarta-feira, 26 de abril de 2017

O maior exemplo de liberdade é respeitar a liberdade alheia



O maior exemplo de liberdade é respeitar a liberdade alheia. Aprender com a liberdade do outro também é uma excelente forma de se questionar os limites da própria liberdade. Ser livre é, praticamente, uma responsabilidade a ser aprendida e desenvolvida ao longo de toda a nossa vida.

Ser responsável perante nossa liberdade de existir exige-nos medir cada passo, pensar cada ato e refletir sobre nossas palavras. O que dizemos é nosso, nem tanto, talvez, pois o que dizemos depende de quem nos ouve ao mesmo tempo. Comunicação é um ato coletivo e é exatamente por isso que precisamos ser livres para nos comunicar, logo, sermos responsáveis.

Utilizar-se de seu status social para exercer opiniões diversas e pessoais sem considerar a responsabilidade pelos efeitos da palavra dita é ir contra o próprio ideal de liberdade. Há que se prestar contas pelo que se diz, porém, o mais importante de tudo é prestar contas primeiramente a si próprio. Autoconhecimento e autorreflexão nesse quesito são fundamentais e não existe essa de “não me importo com o que pensam”. Se não nos importamos realmente, porque nos expressamos? A quem interessa o amor ou o ódio que proferimos deliberadamente?

Durante muito tempo fizemos graça, piadas com os outros e eles se cansaram. Não é nem questão do politicamente (in)correto, todavia, há que se ter bom senso. Voltaire nos ensinou a defender o direito do outro falar, mesmo que contrarie nossas convicções. A partir daí inicia-se o embate dos contrários e exaltar-se exasperadamente na defesa de seus ideais pode não ser o melhor caminho a tomar. Melhorar o discurso também pode ajudar, embora não resolva o caso de pessoas descabidas de bom senso, principalmente quando se alegram justamente por expressar seu ódio aos diferentes, seu preconceito, de maneira “sorrateira”, “bem humorada” ou por trás da capa de foro privilegiado, no caso de nossos representantes políticos.


A defesa ampla da liberdade precisa ser contínua, necessariamente em nossa atualidade em que discursos raivosos travestem-se de boas intenções. Ainda assim, o mais importante é aprendermos a prática da alteridade, pois só assim nossos discursos deixarão de ser belas palavras (ou não) para enraizarem-se em nosso âmago e ensinar-nos o autorrespeito e o respeito ao próximo.
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