É, eu sei que demorei um pouco, afinal, foi comemorado no dia 26 de abril. Se bem que essa data é aniversário da emancipação política.
O que me recordo da emancipação? Quase nada. Lembro-me da figura de Vanderlei Ricken, que foi nosso primeiro prefeito por sinal. No armário velho da cozinha da minha casa tinha um adesivo mais menos escrito assim: "Dia 12 de outubro é o dia do SIM pra Forquilhinha". Algo relativo à luta pela emancipação do então distrito de Forquilhinha que pertencia à Criciúma.
E sobre a colonização? Fala-se tanto que Forquilhinha é a cidade mais alemã do Sul catarinense e por aí vai. Tenho muito amigos com sobrenomes alemães, alunos e etc. Até mesmo eu pareço ter um leve, minúsculo resquício de sangue alemão. Todavia, lendo um pouco mais sobre a história contada nos livros sobre Forquilhinha não fica totalmente nítido esse grande destaque dada a etnia em questão. No que toca a formação do núcleo principal isso já se mostrou indubitável. Mas, como aprendi na faculdade de história, toda dúvida é bem vinda. E nesses anos de professor uma outra coisa aprendi: quando alguém diz que chegou primeiro, sempre teve um outro antes...Engraçado, pode ser, mas não menos questionável.
O fato é que cem anos se passaram. Imigrantes alemães ou descendentes deles aqui se estabeleceram. Junto a eles e, ao que tudo indica ao mesmo tempo, chegaram os italianos. Levas de poloneses, eslavos, letões e outros povos também se acomodaram por aqui. Mas não podemos esquecer de um fato muito importante: o brasileiro. Afinal, quem nomeu o lugar de Forquilhinha? Não seriam os caboclos que aqui viviam? Os "mestiços", descedentes de negros, portugueses e índios, ou seja, brasileiros aqui nascidos e criados há tanto tempo.
Não quero desmerecer povo algum, apenas atentar para esses fatos. A história é escrita por aqueles que detêm o poder para tanto e fazem-na ao seu modo. Por isso é sempre bom estarmos atentos, pois a história não é algo incólume, ela está sempre remodelando-se. Assim como minha querida cidade.
Nasci aqui, na verdade em Criciúma, pois aqui não há hospital. Falta um governante de peito para bancar a construção de um, mas um dia chegaremos lá. Dessa forma tenho sempre que dizer que sou natural de Criciúma, quando na verdade fui concebido, gestado e criado em Forquilhinha. E nesses 31 anos de vida eu a vi crescer, duplicar de tamanho e sinto muita falta da calma da minha infância.
Os tempos mudaram e nós é que temos que nos adaptar às mudanças!
Parabéns Forquilhinha de todos os povos pelos seus 100 anos de colonização!
Abaixo algumas imagens do desfile histórico-cultural que reuniu mais de 1700 participantes e que cliquei (mais de 340 fotos). Alguma dessas imagens mostram cenas do passado.
O trabalho agrícola na brincadeira de criança |
A tração animal |
A ferraria dos velhos tempos |
Um pouco da história no caminhão enfeitado |
Documento de outra época |
O "velho" ônibus... |
Com mais um pouco da história |
Década de 1960/50...não sei ao certo, fico devendo... |
Carro da Coopera na década de 1970 |

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