domingo, 18 de setembro de 2011

As Revoluções Inglesas


O despertar revolucionário


No século XVII burguesia e pequena nobreza aliaram-se e em conjunto tornaram hegemônico o parlamentarismo
O inicio do século XVII é marcado pelo intenso nacionalismo inglês identificado à causa protestante. Durante o governo de Elizabeth I a Inglaterra havia derrotado a Espanha, porém, houve o desequilíbrio das finanças do reino. Com a morte de Elizabeth I, sem deixar herdeiros, seu primo, o rei da Escócia, Jaime Stuart assumiu o trono.
Defensor do direito divino dos reis, Jaime I não agradou aos puritanos e a imposição de medidas de monopólio real só aumentaram o descontentamento geral: muitos puritanos migraram para a América.
Com a morte de Jaime I, seu filho Carlos Stuart assumiu o trono. Tão autoritário quanto o pai, quase provocou uma guerra contra os escoceses ao obrigar-lhes seguir o anglicanismo – a maioria escocesa era presbiteriana. Carlos I ascendeu ao trono, mas assinou a Petição de Direitos, que proibia a Coroa de convocar o exército ou adotar medidas econômicas sem a prévia aprovação dos parlamentares.
Entretanto Carlos I continuou com suas mediadas autoritárias e só aumentou o conflito entre a Coroa e a população em geral. Como consequência, foi obrigado a convocar o Parlamento e, por fim, acabou invadindo-o.

O Parlamento inglês era dividido entre os que possuíam poder: a Câmara dos Lordes era composta pelos grandes proprietários de terra e títulos e pela cúpula do clero, sendo seus cargos hereditários. A Câmara dos Comuns era composta pela grande burguesia e a pequena nobreza. Embora fossem os “representantes” do povo, é evidente que o povo não era representado por ninguém na prática.
Porém, as diferenças de classe e religiosas aumentavam. A Câmara dos Comuns criou o seu próprio exército: Exército de Novo Tipo. Seguidores de seitas puritanas e outros grupos hostis à Igreja Anglicana, seus membros ficaram conhecidos como “cabeças redondas” devido ao seu característico corte de cabelo. Oliver Cromwell era o organizador e líder do movimento. A participação de plebeus era enaltecida por ele, pois homens honestos comandando homens honestos venceriam os “cavaleiros” nobres e corruptos.    
A participação e a liberdade de organização entre o exército permitiu o surgimento de novas ideias políticas. Os niveladores defendiam a população pobre e exigiam liberdade irrestrita religiosa e igualdade jurídica a todos. Os diggers eram contra a propriedade particular e real do solo e exigiam que os terrenos fossem usados pela população pobre para sua sobrevivência. 

A guerra civil estava instalada. Cromwell consegue esmagar a resistência dos lordes forçando a fuga de Carlos I. Contudo, os presbiterianos mais moderados tentavam estabelecer um acordo com a realeza, pos viam com maus olhos a onda democrática. Tentaram desmobilizar o Exército do Novo Tipo, mas foram derrotados. Cromwell assumiu o poder, dissolveu a Câmara dos Lordes e ficou a frente da república que fora instalada. Expediu o Ato de Navegação que beneficiava os setores mercantil e naval. Entretanto, não conseguiu agradar a todos, pois niveladores e diggers sentiam-se traídos por um governo republicano que não conseguia tirar o povo da miséria.
Cromwell acabou se tornando um tirano e, embora tenha realizado algumas conquistas no plano internacional para a Inglaterra, proclamou-se Lorde Protetor da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Após seu falecimento, seu filho assumiu o poder, mas fora deposto. Em seu lugar ascendeu ao trono recomposto pela nobreza o filho do rei decapitado, Carlos II.

A partir daí outro movimento de grande importância surge: a Revolução Gloriosa, assim conhecida por não derramar nenhuma gota de sangue. Os atritos entre Carlos I e o parlamento levaram a sua deposição e ascensão de seu irmão, Jaime II, que morreu sem deixar herdeiros. De inclinação católica, também sofreu a impopularidade e problemas com o Parlamento. A situação só fora contornada com a chegada do holandês Guilherme de Orange, casado com Maria Stuart II, ao trono. Surgia na Inglaterra uma nova monarquia, de cunho parlamentar, a qual possuía grandes trunfos como o Bill of Rights. A Inglaterra estava a um passo da consolidação da ordem liberal burguesa e o capitalismo encontrava seu terreno fértil. 
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