terça-feira, 15 de novembro de 2011

O fim da educação pública catarinense?




Agora chegamos ao fundo do poço de vez! E lá no escuro recôndito jaz o futuro da educação pública catarinense. O (des)governo Colombo se mostra totalmente descomprometido com a escola pública que é obrigação do Estado.

Estou em sala de aula e não consigo lecionar, minha cabeça dói.  Ontem passei pela terceira vez pela prova dos Act’s e notadamente se percebeu que o número de professores que fizeram a prova diminuiu. Aqui na mesa do professor um folder lindamente produzido pela administração municipal de minha cidade totalmente desnecessário. Recebo as informações referentes ao grupo de estudo proposto pelo (des)governo Colombo e meu chão começa a sumir. Estão destruindo a educação! O que podemos fazer?

Conversando com colegas mais velhos percebo o quanto perdemos em todos esses anos. Nosso Plano de Carreira era composto por vários níveis que acessávamos conforme íamos nos especializando e adquirindo experiência profissional. O que significa que o professor em início de carreira podia vislumbrar o crescimento profissional e futuro financeiro. Ou seja, enquanto professor havia a possibilidade de continuar estudando, se especializar e oferecer mais aos alunos. Nosso Plano de Carreira hoje é reduzido a 12 níveis e longe está de ser perfeito. Agora, alguém lembra o porquê de termos feito uma greve de 62 dias? Queríamos apenas o cumprimento de uma lei federal que nos garante o mínimo salarial a nossa profissão. Drasticamente passamos a lutar pela manutenção de nossas carreiras e a proposição de um “grupo de estudos” passou a ser encarada como alternativa. E aí vem o golpe!

Notícias extremamente absurdas vindas do proposto “grupo de estudo” chegaram até nós. Nosso plano de carreira que precisava ser recomposto foi novamente atacado pelo governo. Os 12 níveis do Plano de Carreira deixaram de existir! No seu lugar, pasmem, 4 tristes níveis, de “professor” com ensino médio (ou aluno recém-formado lecionando) a professor com nível de especialização. Sabem o que isso significa? Que ser professor da educação básica não precisa de muito estudo! Mestrado e Doutorado são considerados dispensáveis pelo governo!!! Mais uma: o professor só vai precisar fazer cursos de aperfeiçoamento a cada 5 anos, pois só assim poderá aumentar um pouco seu salário. Sério isso, para que os professores vão se especializar, continuar se aperfeiçoando? Oferecer o melhor para os alunos? Desnecessário segundo o (des)governo Colombo.

Se tudo isso não bastasse, recebo hoje as notícias da reunião feita entre o governo, diretores, Atp’s (Assistentes Técnicos Pedagógicos) e AE’s (Assistentes de Educação) na sexta-feira. A grosso modo, significa ferrar de vez com os ACT’s. Simples assim. Cada aula, que tratamos como hora-aula, passa a ser vista como falta no caso e ausência. Se o professor ACT trabalha 10 aulas num dia e falta por algum motivo, ao invés de receber uma falta como de costume, receberá 10 faltas!!! É realmente algo além do fim da picada. E ontem, durante a prova dos ACT’s, nós comprovamos o futuro do próximo ano letivo: a falta de professores. Sem contar que na citada reunião, o governo demonstrou claramente em separar professores dos cargos administrativos da escola. Mais uma medida extremamente autoritária de nos dividir e impedir futuros movimentos grevistas!

E assim vemos a educação escorrer pelo ralo. Os cursos que formam professores na faculdade estão fechando suas portas. E as Universidades o que fazem??? Nada!!!!! Dar bolsas de estudos gratuitas não é estímulo! O professor precisa ser valorizado, respeitado e estimulado a formação continuada, todavia, o que vemos é o contrário. O governo teima em sucatear a educação pública descaradamente forçando os pais que podem a pagarem pela rede privada de ensino. Assim ficarão apenas os pobres nas redes públicas capengas e de péssima qualidade. Então veremos professores sendo mortos e quadrilhas se formando dentro das escolas. Junte a tudo isso a desmedida mercantilização da educação e da própria alma humana. Marchar contra a corrupção? De que isso vai adiantar se amanha todos estarão dentro de seus carros acelerando loucamente em nome do trabalho e do emprego que sufoca a liberdade de cada um de nós? Marchamos hoje e nos escondemos em nossas casas. A educação vai sendo destruída e as pessoas vão sendo assassinadas e todos clamam por melhores leis e justiça!!! 

Já dizia um sábio, “Educai as crianças para não reprimir os adultos”. Não aprendemos a lição. Resultado: vamos espalhar câmeras de “segurança” pelas cidades e acabar com nossa privacidade. Alguém disse certa vez que o sistema capitalista tem um jeito fácil de controlar o povo: deixa as coisas ferrarem de vez, ou seja, cria o problema e depois oferece a solução. Podemos estar caminhando para uma nova ditadura e as pessoas nem percebem isso. Por isso precisamos de escolas de qualidade e professores idem. Professores politizados e não alienados. Não falo e partidarismo, falo em política e cidadania, disciplinas que devem ser ensinadas. E alguns defendem que devemos ensinar economia e matemática financeira! Céus?! E viveremos até quando nesse mundo regido por um sistema capitalista predatório?

Vou cair no lugar-comum novamente: SER é melhor que Ter!!! É isso que ensino para meus alunos. Mas eles já sabem de tudo isso que escrevi acima. Eles, assim como eu, temem por nosso futuro em comum. O futuro da educação catarinense. E são enfáticos: “Ser professor? Nem pensar!”

O próximo ano está aí, e ao meu ver, esse nem deveria terminar tamanha falta de humanidade do (des)governo para com os professores!

Professor Wagner Fonseca, ACT, muito enraivecido, 14 de novembro de 2011.       
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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O que é mapa conceitual?

Uma boa maneira de trabalhar com nossos alunos os conteúdos que eles tanto reclamam a dificuldade de entender é o "mapa conceitual". Segue abaixo uma pequena definição do assunto:

"O mapa conceitual é uma estrutura esquemática para representar um conjunto de conceitos imersos numa rede de proposições. Ele é considerado como um estruturador do conhecimento, na medida em que permite mostrar como o conhecimento sobre determinado assunto está organizado na estrutura cognitiva de seu autor, que assim pode visualizar e analisar a sua profundidade e a extensão. Ele pode ser entendido como uma representação visual utilizada para partilhar significados, pois explicita como o autor entende as relações entre os conceitos enunciados. O mapa conceitual se apóia fortemente na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel, que menciona que o ser humano organiza o seu conhecimento através de uma hierarquização dos conceitos". © Ciências & Cognição 2007; Vol. 12: 72-85.

Fonte completa aqui
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