domingo, 13 de setembro de 2009

“Ou deixar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”




Mas o que comemorar no 7 de setembro?
Aos oposicionistas do governo Lula, há pouco que comemorar. Aos seus colaboracionistas, ainda lhes sobra algum alento.
Contudo, quem reflete e analisa essa data inventada? Tiradentes, um exemplo, no Brasil império foi considerado traidor e a república o enalteceu como herói. Embora a inconfidência mineira quisesse manter a escravidão no Brasil. Independência de quem e para quem cara pálida?
D. João VI, quando eclodiu a Revolução do Porto em 1820, voltou “correndo” para Portugal, deixando seu filho, o príncipe D. Pedro, no Brasil, pois sabia que, cedo ou tarde, aqui também haveria independência. Uma família, dois reinos. E ainda assim, fazemos piadas de português. Mal sabemos que a piada somos nós...
Quando houve agitação política por nossa independência, D. Pedro aceitou pagar para Portugal uma multa de 2 milhões de libras, que a coroa portuguesa devia à Inglaterra. O Brasil pegou o dinheiro emprestado dos ingleses e pagou à Portugal. O dinheiro nem saiu da Inglaterra e nós iniciamos nossa “independência” política com dívida externa. É essa independência que comemoramos?
Precisamos estar atentos. Geraldo Vandré já cantou que “nos quartéis nos ensinam uma antiga lição, de morrer pela pátria e viver sem razão”, e o que é a pátria para nós? Quando sabemos que, até nosso gentio, “brasileiro”, designava os traficantes de pau-brasil? E que deveríamos nos chamar brasilianos?! I’m a brazilian, shit!
Em 1824 começou a ser contada “nossa história” da independência. No governo Vargas é que se iniciaram os “desfiles cívicos”, o que foi “aprimorado” pelos militares durante a ditadura. Uma forma de mostrar que o povo está quieto e bem controlado.
Quem discute isso hoje?
Se for por comparar, embora eu não goste e às vezes acho incorreto, vamos lembrar dos Eu e A (rsrs), que lutaram, batalharam por sua liberdade política e econômica. Aqui, foi mero acerto entre família. Todavia, num mundo globalizado e doido que temos, afirmar nossa identidade enquanto cidadãos e cidadãs é uma de nossas únicas armas. Mas quantos de nós estamos comprometidos com isso? Quantos de nós tem a coragem de bater no peito e questionar nossa própria origem e liberdade?
Wagner Fonseca, 7 de setembro de 2009
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