domingo, 19 de dezembro de 2010

Pré-Estriéa do Fim


Tenho medo do futuro, do que restará para os meus filhos, a herança da ganância e do consumo que cultivamos.

Tenho medo das pessoas, do que elas poderão fazer para crescerem, para não ficarem para trás, tenho medo da inveja que carregam em seus corações, da paz sem voz que cala nossa sociedade.

Tenho medo de nossas escolhas que a cada dia que passa parecem menos sensatas, tenho medo das escolhas de nossos líderes que são trocadas por pão e janta na mesa.

Tenho medo dos homens de gravata que governam nosso país, tenho medo dos coronéis que comandam os homens de gravata que comandam o nosso país, tenho medo de um dia acordar e não poder ser mais feliz.

Tenho medo de não termos cultura, de apenas sermos vistos como carnaval, de não enxergarmos que estamos perdendo nossa essência, de cultuarmos apenas aquilo que a mídia nos “impõe” como nosso.

Tenho medo do preconceito e do pré-conceito, da educação suja que muitos dão aos seus filhos, tenho medo da raiva que os encoraja a maltratar, a agredir quem for diferente, seja lá sua cor, raça, sexo ou credo.

Tenho medo de não gostar mais e viver em um mundo que não abre as portas para quem precisa, que não estende a mão para levantar quem está caído, que não ajuda ninguém se não for em benefício próprio.

Tenho medo dos amores que matam, das dores que sufocam, tenho medo dos momentos de hesitação que antecedem os momentos de excitação, tenho medo de não saber aonde ir quando existir dois lados a seguir, tenho medo do tempo e o que ele guardará para mim.

Tenho medo de calar sem ser ouvido, de ser ouvido sem protesto, tenho medo do fim que justificam os meios. Tenho medo do mundo que há muito tempo atrás tem medo de mim.

Tenho medo de não mais existir amor, e se este dia chegar, espero que também seja o meu fim.


Grande Abraço.
Bons Ventos!!


Zélio Marulo Jr.

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